17 de março de 2011

Do começo ao Fim.

Ouvi uma certa vez e não me lembro onde, que quando o Fim se aproxima de fato é que lembramos tanto do começo. Talvez seja por isso que eu estava pensando tanto em tudo sobre nós dois. Sobre nós dois e o resto do mundo.
Sobre como sempre foi tudo tão assustadoramente perfeito. E como não existe perfeição, eis que todas aquelas manhãs vendo você ir pro trabalho, aquelas tardes lambuzadas de morango e chantilly, aquelas noites com aroma do seu tempero e do sexo a qualquer hora chegaram ao Fim. Mas um Fim assim meio que com espera angustiada de algo que ainda viria. E veio, sempre vem.
Só que o que veio veio torto, veio frio, veio irreconhecivel. Nem com todo sentimento que eu acumulei durante a falta que você fez foi capaz de me fazer querer continuar lutando, esperando, tentando te fazer se enxergar no fundo dos meu olhos. E doía e dói e eu não podia mais.
Meu passado me condena mas o seu te prende. E eu quero liberdade pra sentir ao lado de alguém que também esteja livre. E era eu quem te prendia, não culpo você em momento nenhum.
Era eu quem prendia a idéia de ainda ser capaz de viver toda uma perfeição com data de validade. E não, não quero perfeição. Quero verdade, reciprocidade e defeitos. Defeitos que eu consiga enxergar e mesmo assim continuar amando. E que me Ame também com meus defeitos, com minha manias e chatices...
Não digo que vai ser fácil, nada nunca é. Mas vai ser melhor.
Não espero que passe. Mas vou me surpreender por aí.
Não deixo de te amar assim, instântaneamente. Mas te deixo ir. De mim, de dentro do meu coração. E que sejas então feliz, pois hoje Eu Aprendi Dizer Adeus.

20 de dezembro de 2010

Dias Iguais

E tem dias que são assim como esse, em que nada parece fazer sentido ou chamar minha atenção. As horas passam devagar e cada minuto me faz querer te arrancar do meu peito e dos meus pensamentos.
Em dias assim eu vejo o quanto mudei, o quanto cresci com toda essa sensação de perda, de falta e de solidão. Nesses dias vejo que tenho me bastado mais, que tenho rompantes de palavras que agora me definem e momentos de silêncio que palavra nenhuma poderia descrever. Mudei muito e nunca mais fui o mesmo sem você.
Em dias assim queria que você me visse novo, diferente. Só com o mesmo sentimento, a mesma saudade e o mesmo amor de antes. Dias como esse me fazem lembrar das horas que passavam tão depressa quando estavamos juntos. Daquela sensação de saudade que era tão boa, porque eu tinha certeza que te teria de novo...
Dos nossos beijos e abraços, do brilho no olhar, do cheiro do seu cabelo e das palavras bobas. Do sorriso puro, do toque macio e de todo aquele ar tão mágico que nos cercava.
Dias assim doem muito. Me deixam sem fome, sem sono e sem sentir. E tudo que eu faço me dá mais certeza de que com você do lado, seria melhor.
Nesses dias eu só queria te tirar do pensamento e te abraçar e dizer baixinho que não vou deixar que nada de ruim te aconteça. Que vou te proteger e ser o seu porto seguro no meio do caos.
Em dias como esse eu só queria te mostrar uma coisa. O quanto Te Amo.
O quanto esse Amor dá por nós dois e que em dias como esse é que entendo que meus dias são sempre iguais sem você.
Te Amo tanto, Te Amo ainda.

14 de dezembro de 2010

Caberá ao nosso amor, o que há de vir...

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Há lugares que me lembram minha vida, por ondei...

Eu prefiro aqueles dias mornos, que não me fezem suar tanto. Só gosto de chuva quando estou em casa, no meu quarto com minhas coisinhas; mas sinto medo se chover à noite. Não gosto de atrasos nem de me atrasar, mas sempre acho que vivo num tempo diferente do resto do mundo. Gosto do fim de tarde com céu avermelhado, isso me acalma. Não gosto de pisar descalço no fundo do mar nem de cachoeira. Não gosto de mato nem de acampar. Já chorei com dor de ouvido, já chorei de tanto rir e já sorri pra não chorar. Adoro deitar no colo da minha Vó e mesmo brigando tanto com meu Pai, não sei viver sem ele; morro de medo da minha Mãe dirigindo. Se pudesse, viajaria o tempo todo, as vezes de carro, as vezes de ônibus e as vezes de avião. Sou romântico, sou chorão embora me faça de forte. Conheço muita gente mas, meus verdadeiros amigos somam os dedos de uma mão. Gosto de cozinhar, de comer pêra com chantilly, de morango com leite ninho e não gosto de frango caipira. Odeio jaca. Já caí de patins e bicicleta, tenho cicatrizes e quero fazer três tatuagens. Tenho medo da morte. Gosto de sentir a pele da outra pessoa, de ficar abraçado e olhar nos olhos, gosto de beijo na boca mais que sorvete Haagen Daz de morango. Poderia viver transando com quem amo e só amei duas pessoas. Ainda amo uma delas. Prefiro música nacional, Cazuza e Maysa cantam minha vida. Escrevo coisas que jamais teria coragem de publicar e publico coisas que não sei como surgiram. Tenho medo de lagartixa. Sou ansioso, saudoso. Odeio quando o vento ou alguém bagunçam meu cabelo. Meus pés são bonitos. Já bati o carro, já tive coma alcólico e bad trip de maconha. Não sei acordar cedo e acordo de mau humor. Tenho saudade de tudo, até do que não vivi. Me arrependo de poucas coisas e as que me arrependo, me matam por dentro. Gosto de banhos demorados e da marca de bronzeado. Tenho me sentido perdido mesmo com tantos caminhos aparecendo. Tenho me sentido só embora viva numa multidão. Não tenho dormido bem e acordo sem vontade de acordar. Sei que tudo vai passar. Só queria que passasse com você do meu lado...

6 de outubro de 2010

Aquele amor.

O que você espera do amor? Eu espero o amor. Como assim espera? Espero, conheço o amor e sei que o que é o amor, então o espero. Mais se você já o conhece e sabe o que é, por que ainda espera? Por que falar de amor é fácil, falor do amor não. Não entendo. Nem eu, eu só espero. E não dói ou incomoda esperar? Demais, é dilacerante. E mesmo assim você espera? Espero. Porquê? Não sei explicar, eu só sei esperar. Isso parece loucura. E é loucura. Você está bem? Não, desde aquele dia, que passei a esperar o amor. E o que você tem feito pra melhorar? Tudo. Como tudo? Simples, tudo e todos. E não passa? Nem ameniza. É loucura... Sim, é loucura. Não entendo. Neu eu, já disse. Tá, mas e se outros amores aparecerem, chegarem ou te amarem? Não é o amor, aquele amor que conheci, aquele amor amor, entende? Não, por que se todos são amor também, qual o amor que você espera? Aquele que eu não sei explicar, eu só sei sentir. E esperar. Sim, e esperar...

Eis-me aqui.

E me vem assim a todo instante.
E chega sem pedir licença, sem convite ou permissão. Invade meu coração de maneira brutal.
Adentra lugares em mim até então desconhecidos. Me faz refém de um sentimento.
Todos os sentimentos a mercê dessa dolorosa espera. Dessa angustia desmedida de pensar em cada detalhe do seu corpo, da falta de cor da sua pele e do brilho cintilante dos seus olhos.
E nada consegue calar dentro de mim essa voz de saudade, que grita, que chora, que me faz sair por aí sem rumo e sem destino. Com dores, muitas dores.
Não dorme, já que uma vez desperto não pode voltar a dormir.
Não se acalma pois a imensidão desse sentir o faz pulsar em meio a toda essa falta.
É estranho sim, eis que sou estranho.
Não me acostumo com essa falta. Quem sabe um dia?
Não me entrego mais. Por mais novos amores que apareçam.
Algo aqui dentro que eu não sei onde não me deixa esquecer daquelas manhãs, daquelas madrugadas com orgasmos ferozes, daquele jeito tão peculiar de dizer "meu amor" e daquela coisa tão sem explicação que era e que é só nossa. Passa, não consigo mais, por favor passa...
Grito pela madrugada vazia por ajuda divina ou satãnica.
Gritos calados, mudos.
Gritos que me povoam da mais imensa solidão.
Da mais imensa saudade.
Eis me aqui, mais uma vez, a te esperar...

4 de outubro de 2010

Saudade hoje.

Eu não costumava falar de Amor assim, pra todo mundo ouvir.
Talvez porque eu não tivesse amado assim, pra todo mundo ver.
Eu não era esse tipo de homem que hoje eu sou. Antes, eu era de todo tipo.
Hoje me prendo a coisas mais simples, saudade, por exemplo.
Saudade da cumplicidade, das risadas durante o sexo, daquele encostar de mãos nos lugares proibidos. Da toalha molhada em cima da cama e do beijo ao amanhecer.
Do sabor da sua comida, do cheiro do travesseiro e das reclamações sobre meu cabelo no ralo do banheiro.
Hoje sou mais lembrança que presente.
Mais esperança que agonia. Embora viva numa agonia constante de esperar.
Pra todo lado, em todo lugar que eu vá ou que eu olhe, todo som e toda cor, todo cheiro, todo riso e toda dor, tudo me lembra você.
Meus dias estão mais tranquilos. Tenho conseguido conviver com a Grande Falta. De você.
Minhas noites estão mais frias. Não há chama capaz de recriar a sensação de calor do seu corpo no meu que é seu.
Eu não costumava sentir só isso. Eu sentia tudo sempre por todos.
Hoje eu sinto tudo, por você.
Hoje, mais uma vez eu lembro de ontem.
Hoje mais uma vez, eu penso no amanhã.
Só pra me fazer esquecer que Hoje, eu vivo sem você.

29 de setembro de 2010

E como num piscar de olhos...

... os dias passam. E com ele esse sentimento de nunca-mais-na-vida-vou-voltar-a-sorrir vai ficando de lado. Não que ele desapareça, de jeito nenhum. Ele apenas sai do seu foco de atenção e fica ali, dentro da caixa, guardado. Esperando que qualquer sinal da essência da sua existência o faça sair. E então você aprende a conviver com isso...
É como se fosse uma sala, um espaço grande e vazio que tem apenas uma caixa no meio. E vira-e-mexe você tropeça nela, mesmo tendo tanto espaço pra andar. E são esses dias em que tudo que está lá dentro se espalha pelo chão e você tem que ajoelhar-se para recolher, é que nos damos conta de que saudade, mesmo apertada numa caixa empoeirada, quando liberta, ocupa toda sala e todo coração.

3 de setembro de 2010

2 de setembro de 2010

Coisas Dela.

Nessa madrugada, que nem foi tão agitada assim por incrível que pareça. Decidi ir dormir bem cansada já (eu e o Caio, que ficou me contando coisas até eu apagar, depois dormiu ali na minha almofada preferida) pra não acordar no meio da noite que é quando muito se pensa em tudo que te revolve. Enfim, nessa madrugada sonhei com você. Nós dois sentados eu ajeitava aquela tua mecha de cabelo que eu acho a mais charmosa do mundo, era já tempo de céu meio alaranjado meio cor-de -rosa, e aí que eu te fazia uma daquelas declarações de amor que ao mundo parece besta mas eu me emocionava e tu também. E de repente, silêncio, você me olhava nos olhos e profundamente me esquadrinhando a alma, aquela tua cara mais dramática sobrancelha erguida olhos bem abertos e dizia: eu vou escrever um texto, sobre unhas no lixo. Sério tu, séria eu. 2 segundos. Gargalhadas debochadas e intermináveis. Acho que sonhei porque tu viajou e já sinto assim a agonia só de não poder ligar e vamos ali nos ver rapidinho, mas tu voltas hoje, antes do almoço, é dia das mães, né?



Engraçado, isso foi escrito um dia depois de encontra-lo.
É uma coisa assim tão nossa, né amor?
A gente se sente do começo ao fim, sempre. Hoje tá doendo muito.
Segura minha mão mais uma vez?

Eu tentei...

... tentei me interessar pelo desinteressantissimo. Percorri atalhos que já conheço e sei que não levam a lugar nenhum. Tentei novos ares, novos olhares, novos amores e até amores velhos.
Tentei encontrar algo que me fizesse te esquecer, que apagasse de mim o seu cheiro, o seu gosto, apagasse de mim essa sensação de perda, de abandono, de solidão. Tentei arrancar do meu peito meu coração que é seu, e tudo mais que eu tenho.
Quis apagar minha memória e com ela nossas noites perfeitas, nossos risos e lágrimas, o melhor amor do mundo, seu toque macio na minha pele. Quis esquecer o jeito que você dorme, a maneira em que ao acordar você se espreguiça e me diz bom dia e me beija.
Pedi aos Deuses que fizessem dias nublados pra eu esquecer que o sol é da cor do seu cabelo, que o céu é seu olho, que o mundo é você.
Tentei sair por aí e viver.
Tentei de tudo, mas não consigo.
Só queria te mostrar uma coisa.
O quanto Eu te Amo.



"Vai se entregar pra mim, como a primeira vez. Vai delirar de amor, sentir o meu calor, vai me pertencer..."

Vai passar.

31 de agosto de 2010

Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele.

Estava decidido, iam sair. Pra maldade, da merda, qualquer coisa naquele dia, iam sair.
E se armaram com o que dispunham, ela tomava seu gole de vodka porque já não conseguia tomar fôlego, ele dava um trago em seu cigarro porque o ar que o resto respirava não tinha mais sentido; vestiram suas armaduras de belos: juventude, maquiagem, perfumes, roupas transadas; psicologicamente desequilibrados por natureza, falaram juntos: que seja doce, que haja vida, que sintamos; deram as mãos e, da mesma forma que recitaram seu mantra de proteção, inseparáveis, saltaram nesse poço escuro que despercebidos chamam de vida.


E sentiram de novo o vento da queda batendo no rosto. E sabiam que novamente iriam mergulhar no lamaçal de sentimentos.
Profundo poço, profundas dores... Mas o engraçado nesse novo salto era o sorriso no rosto de ambos. Talvez a dor que os esperavam mais uma vez seria amenizada pelas mãos dadas, pelos ombros amigos e pela acidez estomacal do dia seguinte que os fazia crer que a dor não era no peito mas sim, de fome. Saciariam-se da carne um do outro, canibais de si mesmos.


E o frio e solitário e escuro fundo do poço não chegava.
Não sentiam seus corpos batendo contra o chão e não ouviam um barulho sequer. Ainda estavam caindo.
Tinham esperanças de que dessa vez o fundo do poço não teria merda ou areia movediça, mas sim, mel. E falavam como borboletas bêbadas de mel que supunham existir. Mal sabiam eles que o mel era envenenado e as flores eram de plástico. E que o fundo do poço era sempre um jardim. Mas dessa vez, cuidariam muito bem dele...


Pois já estavam cansados de viver sempre entre o adubo, chegou a primavera. Chegaram as flores. Chegaram novos amores...













Em tardes quentes, Isabella e Eu. Nesse amor louco do nosso jeito....

27 de agosto de 2010

Impossivel correspondência.

O que de fato me faz bem?
O que tenho que esperar sem deseperar?
A falta de algo que faz meu coração bater em descompasso me deixa perdido em meio a multidão de amores que vivo.
Não sei ainda sentir o gosto que exalo pra então sentir o de outro.
Tenho saudades...
Tenho dores sem remédios e que ainda latejam, que pulsam e me fazem te querer de volta.
Mesmo não sabendo quem você é.
Tenho sentimentos sem nome... sem razão, sem explicação, sem porques...
Tenho raiva. De mim por sentir tudo isso. Por sentir tudo sempre e por todos.
E não é que me falte algo, ou alguem. É essa necessidade de sempre ter na mesma medida os sentimentos que ofereço. Reciprocidade é o hit da vez.
Apenas sinto e isso me basta.. ou nao. Não sei por que caminho seguir, já que na perdição qualquer destino vale a pena, quando a alma não é pequena.
Em cada caminho uma escolha... a cada escolha uma renuncia.
E caminhando eu vou sem paz, sem ter um porto, quase morto sem um cais... VEJA BEM MEU BEM, ARRANJEI ALGUEM CHAMADO SAUDADE...











Em uma sexta cheia de vazios, de faltas e de saudades.
Em uma sexta que de fato vejo, o que é o amor. E o amor é o que está do seu lado.
Eu. E ela, Renata Liziane.
Velhos amores. Novos amores, sempre.

26 de agosto de 2010

Eu não sambo mais em vão.

Vesti minha fantasia de pierrô sempre apaixonado e fui carnavalizar.
Fui atrás do bloco, me lancei na multidão de foliões. Me deixei levar pelos sons, pelos toques e olhares, pelo suor, fiquei embriagado de amor e de whisky. Sambei até que meus pés se confundissem com o chão. Não fui calçado por achar que assim, eu sentiria mais...
Me esquecendo que eu, eu sempre sinto tudo.
Mas do que é feito o samba? Quem se atreve a me dizer?
O samba é ritmo, é passo e descompasso, é batida intensa e suave. É coração.
E coração é um. É até possivel sambar acompanhado, mas é samba de ilusão...
Samba só se samba só. Samba é batida de coração e por mais enorme que ele seja, não consegue tocar dois ritmos. Duas batidas.
Então, não sambo mais em vão. Sambo só, minha batida, meu ritmo.
E nem se atreva a me dizer do que é feito o samba...

25 de agosto de 2010

O engraçado...

...é que sempre me vejo em quem ou no que tem mais coração.
Passional, sentimental? Sim, pode ser. Não me envergonho de agir horas com o coração, horas (raras) com a razão. O que importa de fato é agir. É me lançar nesse precipício diário que é o minuto que antecede o futuro e viver o presente como se de fato, ele fosse algo que possa me surpreender. E quem sabe pode? Quem sabe se eu estiver disposto a continuar a ver que tudo pode ter mais emoção.

Gosto de venenos lentos, de dor que desatina sem doer mas que dilaceram meu peito e meus pensamentos tal qual a lâmina de um carrasco. Prefiro sim, mais a noite que o dia, mais carro do que pés, mais palavras soltas que poesia e mais loucura ao marasmo dos seres medrosos, prefiro amores de um minuto com intensidade de anos do que amores de anos com emoção vazia. E é nessas horas que vejo que meu caminho não cabe no trilho de um trem. Preciso de opção, de várias, de trilhos que façam curvas onde eu possa me mover e ter em que segurar. E se quiser saltar, que a cada parada eu viva novas emoções à espera de novos bondes.

Tenho dias chuvosos incriveis, dias de sol perfeitos, noites acompanhado que são indescritiveis, noites solitário mais ainda... Vivo, na certeza de que sempre posso esperar algo. E que meu cigarro me acompanhe, pois não vou parar de fumar. Que minhas músicas estejam sempre por perto, pois preciso viajar. Que a caneta e o papel sejam o pão que mata a fome e não apenas que alimenta. Que algumas pessoas estejam sempre ao meu lado, pois preciso delas pra me proteger, de mim mesmo.

E que o tesão seja sempre meu guia... por tudo e por todos.

De volta a novos velhos hábitos.


Qual a primeira coisa a ser feita quando um sonho chega ao fim? Chorar. Ter crise nervosa. Tomar porres homéricos e fumar mil cigarros. Esvair-se em lágrimas quentes. Fazer promessas impossíveis e ser abraçado pelos amigos. Ouvir deles que Isso Também Passa. Não. Não era pra passar, não desse jeito. E aí nos perdemos em músicas e poemas, em cartas que jamais serão mandadas, em tentativas inúteis de buscar uma resposta pra algo que na verdade, não tem pergunta. E dói. Uma dor desconhecida e improvável. Você está de volta a imensidão de um mar que é feito de silêncio.


Madrugadas passam a ser dias. Dias são noites mal dormidas. E você segue. Segue sem rumo, sem porto seguro no meio desse caos de Agosto. Usa corretivo facial pra esconder as olheiras e compra roupas que não vai usar. Descobre novos gostos que não te apetecem, reencontra antigos amores mal-resolvidos mal-acabados mal-esquecidos e você não esquece do que acabou de acabar.


E numa tentativa desesperada de encontrar algo que amenize a dor você se lança em boates, bares, livros, teatros, astrólogos e mãe-de-santo, acupuntura, pilates, musculação e no fim você se depara com você mesmo.
E é nessa hora que temos que travar diálogos que não aconteceram.
E é nessa hora que você ouve o que já ouviu.
É nessa hora que você derrama a última lágrima e decide matar esse sonho que já está morto mas, que te fazia ter esperança na Ressurreição.
E aí você descobre o que fazer.


Começa arrumando a casa. Seu quarto. Por mais que não esteja em desordem, você arruma e muda móveis e lembranças de lugar. E algo em você também muda...
Uma só coisa permanece. Seu desejo de Felicidade, e esse sempre ressuscita.
Bem vindo novos ares. Bem vindo novos velhos hábitos.