25 de agosto de 2010

De volta a novos velhos hábitos.


Qual a primeira coisa a ser feita quando um sonho chega ao fim? Chorar. Ter crise nervosa. Tomar porres homéricos e fumar mil cigarros. Esvair-se em lágrimas quentes. Fazer promessas impossíveis e ser abraçado pelos amigos. Ouvir deles que Isso Também Passa. Não. Não era pra passar, não desse jeito. E aí nos perdemos em músicas e poemas, em cartas que jamais serão mandadas, em tentativas inúteis de buscar uma resposta pra algo que na verdade, não tem pergunta. E dói. Uma dor desconhecida e improvável. Você está de volta a imensidão de um mar que é feito de silêncio.


Madrugadas passam a ser dias. Dias são noites mal dormidas. E você segue. Segue sem rumo, sem porto seguro no meio desse caos de Agosto. Usa corretivo facial pra esconder as olheiras e compra roupas que não vai usar. Descobre novos gostos que não te apetecem, reencontra antigos amores mal-resolvidos mal-acabados mal-esquecidos e você não esquece do que acabou de acabar.


E numa tentativa desesperada de encontrar algo que amenize a dor você se lança em boates, bares, livros, teatros, astrólogos e mãe-de-santo, acupuntura, pilates, musculação e no fim você se depara com você mesmo.
E é nessa hora que temos que travar diálogos que não aconteceram.
E é nessa hora que você ouve o que já ouviu.
É nessa hora que você derrama a última lágrima e decide matar esse sonho que já está morto mas, que te fazia ter esperança na Ressurreição.
E aí você descobre o que fazer.


Começa arrumando a casa. Seu quarto. Por mais que não esteja em desordem, você arruma e muda móveis e lembranças de lugar. E algo em você também muda...
Uma só coisa permanece. Seu desejo de Felicidade, e esse sempre ressuscita.
Bem vindo novos ares. Bem vindo novos velhos hábitos.




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