6 de outubro de 2010

Eis-me aqui.

E me vem assim a todo instante.
E chega sem pedir licença, sem convite ou permissão. Invade meu coração de maneira brutal.
Adentra lugares em mim até então desconhecidos. Me faz refém de um sentimento.
Todos os sentimentos a mercê dessa dolorosa espera. Dessa angustia desmedida de pensar em cada detalhe do seu corpo, da falta de cor da sua pele e do brilho cintilante dos seus olhos.
E nada consegue calar dentro de mim essa voz de saudade, que grita, que chora, que me faz sair por aí sem rumo e sem destino. Com dores, muitas dores.
Não dorme, já que uma vez desperto não pode voltar a dormir.
Não se acalma pois a imensidão desse sentir o faz pulsar em meio a toda essa falta.
É estranho sim, eis que sou estranho.
Não me acostumo com essa falta. Quem sabe um dia?
Não me entrego mais. Por mais novos amores que apareçam.
Algo aqui dentro que eu não sei onde não me deixa esquecer daquelas manhãs, daquelas madrugadas com orgasmos ferozes, daquele jeito tão peculiar de dizer "meu amor" e daquela coisa tão sem explicação que era e que é só nossa. Passa, não consigo mais, por favor passa...
Grito pela madrugada vazia por ajuda divina ou satãnica.
Gritos calados, mudos.
Gritos que me povoam da mais imensa solidão.
Da mais imensa saudade.
Eis me aqui, mais uma vez, a te esperar...

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